Ator presta queixa contra padre após homofobia em missa de 7º dia

Neste último domingo, 30 de abril, O ator Bernardo Dugin passou por uma situação muito desconfortável durante uma missa de 7º dia de um familiar, realizada na cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

O artista decidiu abrir uma queixa por homofobia contra o padre Antônio Carlos dos Santos, que ministrava o evento, após algumas falas problemáticas sobre o amor de pessoas do mesmo sexo.

“É com muita dor e tristeza que registro um crime contra a minha existência. A igreja e a liberdade de expressão não podem servir como escudo para propagação de ódio e preconceito”, escreveu o ator no Instagram nesta última segunda-feira, 1º de maio.

Bernardo contou que a queixa foi registrada na 151ª DP de Nova Friburgo: “Fiz um registro de ocorrência contra um crime que aconteceu comigo ontem (domingo, 30 de abril). Foi um discurso de ódio, um discurso homofóbico de um padre dentro de uma missa”.

“Era a missa de sétimo dia de um familiar meu, um momento muito difícil para toda a minha família. Estavam presentes meu pai, minha mãe, minhas avós, meu namorado, meu irmão, minha cunhada e meus sobrinhos”, explicou.

Ele então descreveu a cena: “Na hora da homilia, o padre disse, entre outras barbaridades que ele havia dito antes: ‘O demônio está entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher’”.

“Padre, ontem, o senhor teve o meu silêncio. Em respeito a minha família, eu me levantei e saí da missa. Mesmo assim, depois que eu saí, o senhor continuou dizendo que quem se incomodou com o seu discurso, que essa era a verdade. Agora o senhor vai ter que responder na justiça pelo crime que cometeu. Porque essas palavras ferem não só a mim e a minha família”, complementou.

JUSTIÇA

O ator finalizou fazendo uma reflexão sobre como a homofobia pode disparar diversos gatilhos em pessoas LGBTQIA+, além de deixar uma mensagem ao padre:

“Essas palavras ferem muitas pessoas, todos os dias, do Brasil. Isso fere a saúde mental, a saúde física e você sabe o que acontece com esse tipo de discurso de ódio lá na ponta, com casos de depressão, não-aceitação, suicídio e morte. É como se o senhor, padre, tivesse apontado uma arma e disparado o gatilho. Pensei muito se iria gravar este vídeo ou não, mas enquanto cidadão fiz o meu dever. O demônio está na representação do ódio, não na representação do amor”.